A atriz Fernanda Torres concedeu uma entrevista e afirmou ter se livrado do preconceito que tinha e admitia publicamente contra “crentes”. Em sua declaração, indicou porém que tem a expectativa de que os evangélicos abracem o sincretismo religioso com crenças de matriz africana.

Em 1997, durante uma entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, Fernanda Torres foi questionada por Serginho Groisman se nutria algum preconceito, e a atriz respondeu sem titubear, aos risos: “Contra crente. Crente ingênuo, que acredita no bem, no mal. Eu tenho pena de quem é crente na vida, porque vai apanhar muito”.

“Crente” era um termo usado à época de forma pejorativa para se referir aos evangélicos em geral, mas em especial aos pentecostais, já que além das convicções de fé, esse segmento era bastante conhecido por um vocabulário e escolhas de vestimenta notáveis.

Na última segunda-feira, 08 de janeiro, a atriz voltou ao programa e afirmou que hoje não repetiria sua declaração de 27 anos atrás: “Jamais repetiria isso hoje. Os evangélicos ocuparam um lugar que o Estado não ocupou. Eu acho triste que demonizam as religiões de matriz africana, acho triste isso no Brasil. Eu lutaria por um culto evangélico que fosse sincretista”, declarou.

Apesar do reconhecimento em relação à ação social das igrejas evangélicas, o que Fernanda Torres conseguiu transmitir com clareza foi a aversão à intransigência moral e doutrinária dos “crentes”, que seguem convictos de que todas as crenças que não sejam baseadas na Bíblia e não anunciam arrependimento de pecados e Salvação em Jesus Cristo, são enganosas.