Pastor lança aplicativo com IA para simular orações e causa polêmica no meio cristão
Iniciativas envolvendo inteligência artificial (IA) em contextos religiosos têm gerado intensos debates no meio cristão. Uma das mais recentes envolve o pastor Ron Carpenter Jr., líder da Redemption Church, que lançou um aplicativo inovador, mas também controverso, chamado Ron Carpenter Ministries Advanced Archive.
Esse aplicativo utiliza IA para simular orações e fornecer orientação espiritual personalizada, imitando a voz do pastor Carpenter. A proposta inclui “interações personalizadas individuais” por uma assinatura mensal de US$ 49. Uma demonstração revelou a capacidade do aplicativo de responder de forma automatizada, recriando a entonação e o estilo do pastor em suas orações.
Apesar da inovação, o lançamento do aplicativo enfrentou desafios técnicos e baixa adesão inicial, com poucas dezenas de downloads registrados na Google Play Store. Além disso, o site oficial do pastor apresentava links inativos para o aplicativo, dificultando sua acessibilidade.
Críticas no meio cristão
A introdução da IA em práticas espirituais despertou reações críticas de líderes religiosos. O pastor Jack Hibbs, da Calvary Chapel Chino Hills, alertou para os riscos espirituais que essa tecnologia poderia representar. Em outubro de 2023, Hibbs destacou que o avanço da IA “abalaria o mundo” e enfatizou a necessidade de discernimento bíblico para evitar enganos.
Hibbs sugeriu que os fiéis se concentrem na Bíblia como fonte de verdade e orientação, ao invés de depender de soluções tecnológicas. Para ele, há um risco significativo de que a IA distorça os valores espirituais fundamentais.
Reflexões sobre tecnologia e espiritualidade
Essa iniciativa reflete uma crescente tensão entre a adoção de tecnologias inovadoras e os valores tradicionais do cristianismo. Questões éticas e teológicas emergem sobre o papel da IA na espiritualidade e na liderança pastoral, especialmente quando envolve simulação de orações.
Enquanto alguns veem a IA como uma ferramenta para amplificar o alcance das igrejas, outros acreditam que ela pode comprometer a autenticidade da experiência espiritual, afastando os fiéis dos valores centrais da fé cristã.