Os pecadores que O levaram à cruz não compreendiam plenamente a gravidade de suas ações.
As palavras de Jesus, registradas em Lucas 23:34, onde Ele diz “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”, revelam Sua compaixão e misericórdia mesmo em meio a um cenário angustiante. Enquanto estava pregado na cruz, Jesus testemunhava uma série de ações cruéis contra Ele: os soldados romanos apostando por Suas roupas (João 19:23-24), os criminosos nas cruzes ao seu lado o insultando (Mateus 27:44), os líderes religiosos zombando Dele (Mateus 27:41-43) e a multidão blasfemando contra Ele (Mateus 27:39). No entanto, em meio a essa situação, Jesus orou por perdão em favor de todos eles, mostrando um amor e misericórdia incomparáveis.
Mesmo em meio à Sua agonia, Jesus demonstrou preocupação com o perdão daqueles que O consideravam inimigos. Ele pediu ao Pai que perdoasse os ladrões na cruz que O zombavam. Ele também pediu ao Pai que perdoasse os soldados romanos que O insultaram, cuspiram, espancaram, arrancaram Sua barba, chicotearam-nO, colocaram uma coroa de espinhos em Sua cabeça e O pregaram na cruz. Jesus também pediu perdão pela multidão enfurecida que zombava Dele e clamava por Sua crucificação (Marcos 15:29-30).
É importante destacar que a oração de Jesus, “Pai, perdoa-lhes”, não implica que todos foram perdoados automaticamente, sem arrependimento e fé. Essa oração revela a disposição de Jesus em perdoá-los, pois o perdão era o motivo pelo qual Ele estava na cruz. As palavras “Pai, perdoa-lhes” ilustram o coração misericordioso de Deus.
A oração de Jesus também cumpriu a profecia do Antigo Testamento, conforme registrado em Isaías 53:12: “Ele levou sobre si o pecado de muitos e intercedeu pelos transgressores”. Na cruz, Jesus intercedeu pelos pecadores. Hoje, ressuscitado e glorificado, Jesus continua sendo o “único mediador entre Deus e os homens” (1 Timóteo 2:5). A oração de Jesus, “Pai, perdoa-lhes”, também está alinhada com o princípio que Ele ensinou no Sermão da Montanha: “Vocês ouviram o que foi dito: ‘Ame o seu próximo e odeie o seu inimigo’. Eu, porém, lhes digo: Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem” (Mateus 5:43-44). Jesus, mesmo sendo perseguido, orou por Seus perseguidores.
Ao lado da disposição de Jesus em perdoar aqueles que O crucificaram, está o fato de que eles não sabiam o que estavam fazendo (Lucas 23:34). Os pecadores que O levaram à cruz não compreendiam plenamente a gravidade de suas ações. Os soldados romanos não tinham intenção pessoal de prejudicá-Lo; eles estavam apenas cumprindo ordens e tratando-O como normalmente tratavam os condenados, acreditando que Ele merecia tal tratamento. Eles não sabiam que estavam crucificando o Filho de Deus (1 Coríntios 2:8). A multidão não tinha conhecimento verdadeiro sobre quem eles estavam tentando destruir, pois os líderes judeus os haviam convencido de que Jesus era um impostor e um perturbador (Atos 3:17). Ao orar “Pai, perdoa-lhes”, Jesus revelou Sua infinita misericórdia e continuava amando-os e perdoando-os se eles se humilhassem e se arrependessem (Mateus 18:14; 2 Pedro 3:9).
A oração de Jesus, “Pai, perdoa-lhes”, foi respondida na vida de muitas pessoas. O centurião romano que estava ao pé da cruz, ao testemunhar a forma como Jesus morreu, exclamou: “Certamente este homem era o Filho de Deus!” (Marcos 15:39). Um dos ladrões crucificados com Jesus colocou sua fé em Cristo, que lhe prometeu o paraíso (Lucas 23:39-43). Um membro do Sinédrio publicamente se alinhou com Jesus (João 19:39). E, pouco mais de um mês depois, três mil pessoas em Jerusalém foram salvas em um único dia, quando a igreja teve seu início (Atos 2:41).
Na cruz, Jesus providenciou o perdão para todos aqueles que nele cressem (Mateus 20:28). Jesus pagou o preço pelos pecados que cometemos, tanto por ignorância quanto deliberadamente. Quando somos nascidos de novo, nos tornamos também uma resposta à oração de Jesus: “Pai, perdoa-lhes”.