Médica explica as razões e orienta os pais como diminuir a frequência das dores.
Dor de ouvido é uma queixa comum entre as crianças. Quem tem filho(a) ou mesmo convive com o público infantil já deve ter reparado isso.
Diferentemente dos adultos, que têm menor incidência com esse tipo de problema, nos pequenos, trata-se de algo bastante costumeiro — especialmente quando se trata da chamada “otite média”. Isto é, a inflamação ou infecção da cavidade do ouvido que fica atrás do tímpano.
Mais do que uma impressão, a otorrinolaringologista Dra. Bruna Assis, do Hospital Paulista, explica que essa é uma tendência já comprovada por estudos científicos.
"Vários estudos comprovam que as crianças têm uma maior incidência de otite média em comparação com os adultos. Um mais recente, publicado pela revista científica ‘Pediatrics’, mostra que a otite média aguda é mais comum em crianças menores de 2 anos e diminui à medida que a idade aumenta", destaca a especialista.
A principal razão, segundo a médica, está na anatomia do corpo das crianças. "Por ainda estarem em processo de desenvolvimento, elas têm as tubas auditivas (estruturas que fazem a ligação entre a orelha média e a faringe) mais curtas e horizontais, o que torna mais fácil para as bactérias e vírus se espalharem e causarem infecções no ouvido médio", explica.
Outro fator que também corrobora para essa predisposição é a questão da imunidade. "Da mesma forma que ocorre com a estrutura do ouvido, o sistema imunológico também está em desenvolvimento na fase infantil. Por essa razão, as crianças frequentemente têm resfriados e infecções respiratórias superiores. Esses quadros, por sua vez, também acabam ensejando a dor de ouvido. Por isso, elas são tão frequentes nessa fase”.
A boa notícia, contudo, é que isso passa ao longo dos anos. "À medida que as crianças crescem, suas tubas auditivas (também chamadas de trompas de Eustáquio) se tornam mais verticais e seus sistemas imunológicos se fortalecem, reduzindo a incidência de otite média", destaca a Dra. Bruna.
Até lá, a dica é adotar algumas precauções para evitar, ou ao menos reduzir, a frequência desses episódios. Abaixo, as principais recomendações:
1. Mantenha as mãos limpas: lave as mãos frequentemente com água e sabão, especialmente antes de tocar no rosto da criança.
2. Evite fumar perto da criança: a exposição ao tabagismo passivo pode aumentar o risco de otite média em crianças.
3. Amamentação: o leite materno ajuda a fortalecer o sistema imunológico da criança, reduzindo o risco de infecções, incluindo a otite média.
4. Vacinação: certifique-se de que a criança esteja atualizada com todas as vacinas recomendadas, incluindo a pneumocócica, que pode prevenir certas infecções que podem levar à otite média.
5. Evite o contato com pessoas doentes: tente manter a criança longe de pessoas doentes, sempre que possível.
6. Higiene nasal: ensine a criança a assoar o nariz corretamente e mantenha as vias nasais limpas e úmidas.
7. Não permita que a criança durma deitada com uma mamadeira: isso pode causar refluxo e aumentar o risco de otite média.
8. Consulte um médico se a criança apresentar sintomas de infecção respiratória superior: infecções respiratórias superiores, como resfriados, podem levar à otite média. Se a criança apresentar sintomas como dor de ouvido, febre ou congestão nasal, consulte um médico imediatamente.
Sobre o Hospital Paulista de Otorrinolaringologia
Fundado em 1974, o Hospital Paulista de Otorrinolaringologia possui cinco décadas de tradição no atendimento especializado em ouvido, nariz e garganta e durante sua trajetória, ampliou sua competência para outros segmentos, com destaque para Fonoaudiologia, Alergia Respiratória e Imunologia, Distúrbios do Sono, procedimentos para Cirurgia Cérvico-Facial, bem como Buco Maxilo Facial.
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